Foi com cerca de meia lotação preenchida, com uma temperatura e ambiente agradáveis para arte do toureio que Moura viu realizar a sua tradicional Corrida da Feira do Bovino Mertolengo.
Luís Rouxinol esteve em plano de destaque em Moura, triunfado com duas grandes lides que chegaram ao público.
No seu primeiro, um Pereda com 510Kg, Luís começou por cravar três compridos de Boa Nota com o "Zézito". Já nos curtos com o "Ulisses", Rouxinol esteve elegante e poderoso na preparação e remate das sortes saindo estas com bastante eco nas bancadas. No final da lide foi buscar o "Antoñete" com que cravou um belíssimo par de bandarilhas que culminou na perfeição uma excelente prestação.
No seu segundo Toiro, com 520Kg, Luís Rouxinol esteve com classe e cravou ao estribo a ferragem comprida com o "Aristóteles". Cravou dois curtos de excelente nota, e foi buscar a estrela da quadra, "Viajante".
O cavaleiro e a sua montada pisaram os terrenos do toiro entraram-lhe por a cara e com uma batida suave e imperial de "Viajante" Rouxinol culminou os ferros com Verdade e Emoção! No final cravou um assombroso para que colocou a praça de pé.
Tarde triunfal de Rouxinol em Moura!
Manuel Telles Bastos começou por enfrentar um Pereda com uma irrepreensível apresentação e 590Kg de peso.
Talvez a acusar o peso, o toiro andou toda a lide parado, sem acometer nem perseguir os cavalos. Telles Bastos esforçou-se para lhe dar uma lide dentro das possibilidades, mas que não resultou e teve pouca história. No final Manuel recusou-se a dar a volta, num gesto de humildade e respeito por quem compra o seu ingresso, e saudou dos médios. Gesto que deveria ser exemplo e seguido por todos os profissionais da Festa!
O seu segundo andou pelo seu caminho e proporcionou a Telles Bastos uma belíssima lide, onde o cavaleiro soube estar com o toiro, com uma brega envolvente e com recortes grandiosos e de toreria, culminando com os ferros metidos com emoção e ao estribo numa autêntica lição de classicismo.
Duarte Pinto primeiramente teve como oponente um Pereda com 560Kg, de irrepreensível apresentação mas que foi manso e descaiu quase sempre para tábuas. Pinto suou que se fartou para colocar a ferragem da ordem, e a lide terminou sem história. Duarte Pinto, como o seu colega Telles Bastos, recusou-se a dar volta e saudou dos médios.
O seu segundo com 550Kg, este sim com o Ferro Pereda, pois os outros apesar de serem provenientes do mesmo Ganadeiro tinham o outro ferro da Ganadaria (La Dehesilla).
O Toiro andou e cumpriu, e Duarte soube aproveitar-lhe as virtudes toureando com Temple e Toreria!
Nos compridos esteve ao seu estilo, e cravou dois soberbos ferros praça à praça. Nos curtos a coisa voltou a resultar, colocou o toiro de forma sublime e cravou com garbo e poder, de alto a baixo como mandam as regras numa lide primorosa e de grande nível. No final quando foi dar a volta o público encontrava-se em conflitos e não ligou a Duarte que estava incrédulo e impávido sem saber o que se passava. Foi Pena, pois Duarte merecia e deveria ter sido ovacionado.
Os toiros de José Luís Pereda, estavam bem apresentados e no geral não complicaram muito. Melhores os dois de Rouxinol, piores os lidados em segundo e terceiro lugar, e os lidados em que quinto e sexto deixaram-se lidar sem problemas.
Numa tarde marcada pelos moços da Jaqueta de ramagens, pegou João Cabrita ao primeiro intento e com segurança por Moura. Também Moura o cabo Valter Rico esteve perfeito a reunir com o toiro e efetivou com brilho ao primeiro intento. Por Safara, Rúben Campaniço teve nos braços uma das pegas do ano mas o Grupo não conseguiu ajudar. Foi com a mesma determinação e vontade para a cara do Toiro e fez uma grande pega à segunda. Fábio Maurício, também por Safara, esteve enorme a reunir com o Toiro pegando-o com brilhantismo à primeira.
Pelo Grupo de Monsaraz Nelson Campaniço teve um desempenho excelente à córnea e que efetivou ao primeiro intento. No último toiro as coisas complicaram-se e após várias tentativas de caras, e alguns forcados na enfermaria, após uma eternidade o grupo conseguiu consumar de cernelha debaixo de um coro de assobios.
In: Tauro Emoção
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