quinta-feira, 14 de abril de 2011

Pedro Lúcio (Cabo do GFA Safara), em entrevista para o site Toureiro.com

O Grupo de Forcados Amadores de Safara foi fundado em 1975, tempos quentes que se viviam após a revolução dos cravos.
Safara uma pequena povoação situada no concelho de Moura, onde a sua população maioritariamente vive da agricultura e pecuária, com muitos “Filhos da Terra” ausentes, mas que sempre que há toiros ou treinos dos forcados, é velos regressar a sua terra mãe, vêm do Algarve, vêm de Lisboa e no dia do treino à hora marcada, lá estão os homens das pegas para mais um dia onde acima de tudo está o orgulho de ser de Safara.
Foi neste ambiente que assistimos a mais um treino de forcados, desta vez fomos convidados pelos Amadores de Safara e que melhor cenário, se não a Herdade dos Outeiros, onde pasta a Ganadaria de Varela Crujo, falamos com o cabo do grupo do Baixo Alentejo, Pedro Lúcio.

Toureio.com (T) – Pedro, cabo do Grupo de Safara, há quantos anos a envergar a jaqueta do grupo.
Pedro Lúcio (PL) – Há precisamente 11 para 12 anos.

T – O Grupo de Safara existe desde setenta e cinco, tem tido momentos altos e momentos menos bons, Pedro como está o grupo neste momento?
PL – Actualmente o grupo é constituído por muita gente jovem, muita gente com vontade de aprender, muita vontade de pegar toiros, gente com muita qualidade e penso que estamos no bom principio, para termos muitas tardes / noites de glória.

T – O que é que um forcado, um cabo de um grupo pensa, quando salta para uma praça e que tem que gerir os sentimentos, as emoções de quinze, vinte elementos?
PL – Acima de tudo tem que conhecer bem o grupo, incutir-lhe serenidade e espírito de grupo, depois é ter também a sorte do seu lado, para que as pessoas que escolhe para pegar sejam capazes de no menor numero de tentativas concretizar uma pega, para que no final sem ninguém se aleijar, tenha sido mais uma tarde de glória.

T – O Grupo de Safara faz parte da Associação Nacional de Grupos de Forcados, muito se fala na associação, muito se tem falado que a “Festa” se encontra dividida, Pedro como tem visto o papel da associação na defesa dos seus associados e a questão das tão faladas bandarilhas de segurança?
PL – A associação está a ter um papel fundamental em manter a igualdade entre todos os grupos, em todos os aspectos e principalmente com as empresas, obrigando por exemplo que todos os empresários tenham que cumprir os regulamentos e os compromissos com os grupos. Quanto as bandarilhas de segurança, a associação tem vindo a trabalhar muito nesse sentido e penso que haverá uma data limite no próximo ano para que sejam sempre as bandarilhas de segurança, e, o Grupo de Safara, apoia os ferros de segurança, pois já tivemos alguns acidentes com as bandarilhas.

T – Pedro há tempos a ANGF deliberou que os seus associados não pegassem corridas em pontas ou só em casos muito especiais, no entanto há grupos associados que atravessam a fronteira e vão pegar toiros desembolados, como vês esta situação?
PL – É muito relativo, é muito complicado, tanto podemos ter um azar com um toiro desembolado, como com um toiro embolado, no entanto há mais probabilidades de acontecer um acidente com um toiro desembolado.

T – Se o Grupo de Safara for contactado para pegar uma corrida em pontas em Portugal e outra em Espanha, como faz?
PL – Em Portugal, primeiro teremos de ouvir a opinião da ANGF e depois logo se verá o que se poderá fazer, em Espanha aí já é diferente tudo passa por se analisar a proposta e se ela for benéfica para o grupo, aceita-se mas só se for novilhos, toiros não.

T – Pedro para terminar, perspectivas para esta temporada? E Campo Pequeno!
PL – Bem as perspectivas são boas, embora estejamos conscientes das dificuldades que vamos enfrentar pois estamos numa altura de crise e certamente se reflectirá no numero de corridas, mas já temos alguma coisa e certamente será mais uma temporada positiva, quanto à outra pergunta que me faz,… o Campo Pequeno…é complicado mas é o sonho de qualquer toureiro, de qualquer forcado.

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